Prefeitos do AM defendem novo Pacto Federativo
Presidente da AAM, Iran Lima (em pé), pede
união para gestores do interior na ação municipalista de forma a pressionar o
governo federal.
foto: Divulgação -
No encontro, que reuniu em torno de 15 prefeitos do interior, a máxima “estamos sem dinheiro” foi adotada como discurso único pelos presentes.
De acordo com o presidente da AAM – que também é prefeito do município de Boca do Acre (a 1.537 quilômetros de Manaus) – Iran Lima (PSD), os prefeitos não podem chorar por conta do cenário ruim, mas é preciso que haja união para trabalhar na ação municipalista de forma a encontrar e apresentar propostas com o intuito de pressionar o governo federal.
“Os recursos dos municípios estão caindo. Um exemplo é o programa “Médico da Família”. Quando iniciou esse programa, o governo federal tinha uma contrapartida maior que a dos municípios. Hoje nós recebemos R$ 10 mil por família e gastamos R$ 40 mil. O problema é tanto que não estamos conseguindo fechar a folha. O déficit esta muito grande”, reclamou Iran Lima. Ele fez um alerta: “ou o governo federal muda a política e faz um novo pacto federativo ou os municípios vão à falência”.
O dirigente criticou as recentes medidas do governo federal em aumentar impostos que, segundo ele, os municípios brasileiros não serão beneficiados. “Hoje, de todos os tributos fiscais arrecadados no Brasil, 59% fica no governo federal, 24% vai para o Estado, e só 18% é distribuído a todos os mais de 5 mil municípios. Por isso criamos essa rede para discutir um novo Pacto Federativo para o Brasil”, disse Lima.
O prefeito de Itamarati (a 983 quilômetros de Manaus), João Campelo (PMDB), foi um dos participantes do encontro que repetiu várias vezes o que já se tornou jargão no meio político: “estamos sem dinheiro”. Campelo afirmou ainda que em Itamaraty está buscando alternativas para lutar contra a falta de recursos e uma delas, inusitada, foi diminuir o próprio salário.
“Nós temos que criar caminhos que mostre como vamos vencer a crise política e financeira que vivemos. As dificuldades são imensas e os recursos estão caindo. Os municípios têm a folha de pagamento, a merenda escolar, e o combustível mais caro que em 2014, mas os recursos são os mesmos do ano passado”, observou. Ele ressaltou que nos municípios não há indústria ou outra fonte de renda, e pela falta de recursos o povo está pagando a conta.
Fonte: www.emtempo.com.br - Por Asafe Augusto