Sul do Amazonas se consolida como novo polo leiteiro do Estado.
Fomentar a bacia leiteira no sul do Amazonas, maior
polo agropecuário do Estado, é um dos objetivos da Secretaria de Estado de
Produção Rural e Sustentabilidade (Sepror). A região vem apresentando um
crescimento de 80% na cadeia do leite nos últimos oito anos e hoje atinge uma
produção diária de 10 mil litros ao dia. A expectativa é aumentar esse
quantitativo para 100 mil litros de leite diários nos próximos cinco anos.
Com um investimento de R$ 8 milhões na região, a
fábrica Laticínio Matupi foi inaugurada na última sexta-feira (10), em Santo
Antônio de Matupi, distrito de Manicoré (a 434 quilômetros de Manaus), com
geração de 45 empregos diretos. Instalada há seis meses, começou a operar
experimentalmente com 10% de sua capacidade e já embarca, por mês, 35 toneladas
de queijo tipo mussarela, prato e coalho para Manaus, por meio de contêiner.
A fábrica de queijo trabalha ainda com 150
produtores da região, com coleta de leite 100% refrigerada, modelo de
industrialização ainda não alcançado no estado vizinho, Rondônia, segundo
informações do gerente da unidade local do Instituto de Desenvolvimento
Agropecuário e Florestal do Estado do Amazonas (Idam), Stephano Reis Bacelar.
“O trabalho agora é para uniformizar o padrão de
produção desse gado na região, com assistência técnica adequada, imunização e
controle da sanidade animal, a fim de garantir a qualidade final do produto”,
afirmou o secretário de estado de Produção Rural e Sustentabilidade (Sepror),
Sidney Leite, que participou da inauguração.
O projeto do laticínio a longo prazo é trabalhar
ainda o melhoramento do gado na região, por meio do fornecimento de sêmen para
inseminação artificial. “Queremos trabalhar com fornecimento desse material em
troca de leite junto ao produtor local”, explicou Renato Gomes Pereira, sócio
proprietário do laticínio.
O objetivo é passar a produzir leite tipo UHT
(Ultrapasteurização), experiência inédita no Estado. Somente o gado cultivado
dentro da fábrica já significou 40 anos de evolução, segundo ele. “Tiramos em
média 18 litros de leite cada animal por dia. Em alguns casos, chega a 22”. A
média dos animais da região está em 10 litros por animal.
Santo Antônio do Matupi concentra, hoje,
aproximadamente 100 mil cabeças de gado, sendo 80% criado para pecuária de
corte e o restante para a cadeia leiteira.
“A indústria de laticínio instalada hoje em Matupi
é a melhor do Estado e a iniciativa privada traz consigo o desenvolvimento da
região por meio do incentivo à cadeia que vai desde a ração, produtores, casas
de campo, transporte para escoamento, comércio, entre outros segmentos”,
destacou o presidente do Idam, Edimar Vizolli.
Para o presidente da Agência de Defesa Agropecuária
e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), Sérgio Muniz, Matupi é o retrato do
sul do Amazonas, que pode ser desenvolvido a partir do beneficiamento do gado,
sem necessidade de ampliar a quantidade de pasto existente hoje. “Precisamos
consolidar essa cadeia em consonância com o meio ambiente e, para isso, é
fundamental a parceria com a iniciativa privada e o investimento em melhorias
genéticas e o beneficiamento desse gado”.
Fonte:
Assessoria de Comunicação Idam