Saco sem fundo! Prefeitos falidos querem mais grana para trabalhar
Na contramão do processo político e subindo a
correnteza dos rios Amazonas e Negro, um grupo de prefeitos amazonenses
pretende ir à Brasília pedir mais recursos financeiros do Governo Federal para
tirar os municípios da falência. Tudo isso às vésperas da decisão do Senado,
que nesta quarta-feira, 11, decide o afastamento da presidente Dilma Rousseff
por 180 dias do cargo.
Com rombo considerável nos caixas por conta dos
efeitos da crise econômica no Brasil e carregando um “saco sem fundo”, eles
querem participar a partir desta segunda-feira, 9, até a próxima quinta-feira,
12, da 19ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, organizada pela
Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
De acordo com o secretário da Associação Amazonense
do Municípios (AAM), Tabira Ferreira (Pros), prefeito de Juruá, ao menos 12
prefeitos confirmaram presença no movimento, que tem como objetivo buscar
recursos junto ao Governo Federal para superar perdas com a arrecadação
tributária, principalmente do FPM – Fundo de Participação dos Municípios.
A redução no FPM, se comparado o valor repassado
de janeiro a abril de 2015 com o do mesmo período de 2016 é de 12% e representa
uma perda para o Estado do Amazonas de R$ 59.297.652,95, em valores corrigidos
pela inflação, segundo dados da CNM.
Para sobreviver no período de crise econômica,
algumas prefeituras do Amazonas informaram que não descartam a possibilidade de
enxugar a máquina administrativa, com cortes em gratificações, redução de
cargos comissionados, redução de secretarias e de quadro de pessoal.
De acordo com dados disponibilizados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2015, o Amazonas é o
segundo Estado da Região Norte com maior número de pessoal ocupando a
administração direta, por vínculo empregatício. Com 116.928 funcionários
públicos, o Amazonas só perde para o Pará, que tem 296.971 pessoas na
administração direta, por vínculo empregatício.
Tabira Ferreira afirmou que o objetivo da Marcha
é tentar viabilizar verbas para os municípios. Segundo ele, as prefeituras
vivem em situação “terrível” devido à queda de receita, e à redução do FPM.
“Estamos tentando manter as aplicações nos
serviços essenciais, como saúde e educação. É bom entender que essa crise não
foi criada pelos prefeitos, veio lá de cima, e nós aqui na ponta que estamos
sofrendo”, disse o prefeito.
Fonte: Jornal Maskate