Criação de áreas de preservação sem ouvir interesses da população é irresponsável, afirma Rotta
Dep. Marcos
Rotta
EM MANICORÉ A PRESIDENTE AFASTADA ASSINOU A CRIAÇÃO DA RESERVA DO RIO MANICORÉ - COMO SE FOSSE LUCRO PARA O MUNICÍPIO:
O deputado federal Marcos Rotta (PMDB-AM)
questionou a criação, pelo governo Dilma Rousseff, de cinco unidades de
conservação no estado do Amazonas. As áreas totalizam cerca de 2,5 milhões de
hectares e, junto com outras áreas pré-existentes, ocupam cerca de 70% do
território de Apuí, município do sul do estado.
“Somos o estado com o maior percentual de
preservação ambiental do país, graças aos esforços da população. Proteger o
meio ambiente é fundamental, mas não podemos deixar de lado as necessidades de
subsistência das famílias que moram nessas localidades”, ressalta o
parlamentar.
Rotta classificou a decisão da presidente
afastada Dilma Rousseff de unilateral, insensível e irresponsável. “Tínhamos
(deputados federais, estaduais e senadores do Amazonas) um acordo com o ICMBio
de não criar as novas áreas sem amplo debate com a população. No entanto, esse
acordo foi descumprido”, acrescenta.
O Parque Nacional do Acari abrange os municípios
de Apuí, Borba e Novo Aripuanã; já a Floresta Nacional do Aripuanã está
localizada nos Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã. Há ainda a Floresta nacional de
Urupadi, em Maués. Essas três unidades ficam a cargo do Instituto Chico Mendes.
Para se ter ideia, a Reserva Biológica de Manicoré
abrange a região em que há produtores do distrito de Santo Antônio do Matupi,
também chamado de 180 e localizado na BR-230, mais conhecida como
Transamazônica, na cidade de Manicoré. Esses municípios reúnem 197.291 pessoas,
segundo a estimativa mais recente do IBGE.
“O estabelecimento do território de preservação
não levou em consideração projetos anteriormente aprovados pelo próprio poder
público para aquelas regiões, incluindo áreas de preservação pré-existentes,
áreas de regularização fundiária, entre tantas outras iniciativas fundamentais
para o desenvolvimento local”, detalha.
“Em Apuí, há itens de infraestrutura, como porto,
aeroporto, hotéis para pesca esportiva, entre outros, construídos com recursos
federais. Esta é uma clara demonstração da insensatez e incoerência”, aponta.
Entre as organizações mobilizadas para revogar os
decretos estão a Comissão do Santo Antônio do Matupi Contra a Reserva, A
Associação dos Produtores Rurais do Santo Antônio do Matupi e a Associação da
Indústria Madeireira de Santo Antônio do Matupi.
As entidades afirmam serem a favor do
estabelecimento de áreas de proteção ambiental. No entanto, criticam a falta de
planejamento em relação às necessidades de sustento das comunidades locais.
“Outras soluções, que não inviabilizem a vida de
pessoas na região, precisam ser encontradas, como o investimento em projetos
sustentáveis”, defende o parlamentar.
Fonte: Blog da Floresta