Mais Médicos a bordo: profissionais do Programa em unidades fluviais - Manicoré-AM
Publicado
em 06/01/2016 as 14h01min: 42 - VEJAM AS
FOTOS A BAIXO:
Verdadeiras
avenidas de água. Assim são os caudalosos rios e igarapés da Amazônia, por onde
se chega a diversas comunidades ribeirinhas que, tal qual as populações dos
centros urbanos, também precisam de atendimento médico. Alguns desses lugares
são de tão difícil acesso que não adianta avião, helicóptero ou carro, só se
chega de barco. Se é complicado para essas pessoas o deslocamento até uma
unidade de saúde na cidade mais próxima, então, a unidade de saúde vai até lá.
Esse é o conceito das Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), “postos de
saúde” flutuantes que levam os benefícios da atenção básica ao interior da
Amazônia.
Desde
2011, o Ministério da Saúde tem uma política específica para as UBSF. Existem
15 unidades em funcionamento, e até 2018, estão previstos o financiamento e a
construção de mais 64 unidades, das quais 28 já estão em fabricação.
Atualmente, três unidades fluviais contam com profissionais do Programa
Mais Médicos. São elas a unidade de Manicoré (AM), com um médico do Programa, a
unidade de Cruzeiro do Sul (AC), onde atua outro profissional do, e Santarém
(PA), onde trabalham mais dois.
Um médico
do Programa na UBS fluvial de Manicoré
Localizado nas margens do Rio Madeira, a 333 km de Manaus, Manicoré tem pouco mais de 50 mil habitantes e conta com oito médicos do Programa Mais Médicos. Um deles, Antenor Alexandre Porto Neto (31), atua na UBS Fluvial do município e fez sua primeira viagem nesse tipo de embarcação em setembro de 2015. “Um idoso me disse que nunca tinha ido a um médico e contou que sentia muita dor de cabeça, mas achava que não era nada. Quando chegou na consulta, a pressão arterial dele estava muito alta”, conta Antenor. “Havia um grande número de pacientes que nunca souberam que eram hipertensos, alguns diabéticos”, diz o médico, que em sua primeira viagem realizou mais de 30 consultas por dia.
Localizado nas margens do Rio Madeira, a 333 km de Manaus, Manicoré tem pouco mais de 50 mil habitantes e conta com oito médicos do Programa Mais Médicos. Um deles, Antenor Alexandre Porto Neto (31), atua na UBS Fluvial do município e fez sua primeira viagem nesse tipo de embarcação em setembro de 2015. “Um idoso me disse que nunca tinha ido a um médico e contou que sentia muita dor de cabeça, mas achava que não era nada. Quando chegou na consulta, a pressão arterial dele estava muito alta”, conta Antenor. “Havia um grande número de pacientes que nunca souberam que eram hipertensos, alguns diabéticos”, diz o médico, que em sua primeira viagem realizou mais de 30 consultas por dia.
Unidade
atende 210 comunidades
A UBS fluvial de Manicoré foi inaugurada em junho de 2015 deste ano e já realizou três viagens. A unidade oferece cobertura a 32 mil habitantes de 210 comunidades localizadas próximo às margens dos rios Madeira e Manicoré.
A UBS fluvial de Manicoré foi inaugurada em junho de 2015 deste ano e já realizou três viagens. A unidade oferece cobertura a 32 mil habitantes de 210 comunidades localizadas próximo às margens dos rios Madeira e Manicoré.
“Aqui
temos muita criança. Pessoas que muitas vezes não têm como levar os filhos à
cidade, muitos cartões de vacina desatualizados. Quando a gente chega, a mãe
aproveita para atualizar”, explica a coordenadora da Atenção Básica de
Manicoré, Lexisandra Pascoal. A gestora conta que há uma grande demanda por
imunização. Somente na viagem mais recente, realizada nos primeiros dias de
dezembro, de um total de 1.583 atendimentos, 241 foram de vacinação.
O serviço
mais procurado, no entanto, segundo Pascoal, costuma ser o do dentista. Na
viagem de dezembro, foram 429 atendimentos odontológicos. A coleta de exames
preventivos, como o Papanicolau – que detecta câncer de colo de útero e
anormalidades causadas pelo HPV – também é muito demandada, além das consultas
médicas e de enfermagem. A equipe da UBS fluvial realiza, ainda, consultas de
pré-natal, palestras com as comunidades, visitas domiciliares, entre muitos
outros procedimentos.
“A maior
importância da unidade fluvial é permitir que a população seja atendida na sua
própria localidade, na porta da comunidade ou próximo. Além de serem atendidos,
também recebem os medicamentos”, afirma Pascoal.
De
Manacapuru para Manicoré
O Antenor, profissional do Mais Médicos que atua na UBS fluvial de Manicoré, é amazonense também, natural de Manacapuru, cidade próxima à capital Manaus. Na cidade natal, vivem seus pais, irmãos e tios, com quem o médico se comunica por telefone ou redes sociais enquanto está em terra. Isso porque nas unidades fluviais não há internet ou telefone. A comunicação com o meio externo é feita via rádio.
O Antenor, profissional do Mais Médicos que atua na UBS fluvial de Manicoré, é amazonense também, natural de Manacapuru, cidade próxima à capital Manaus. Na cidade natal, vivem seus pais, irmãos e tios, com quem o médico se comunica por telefone ou redes sociais enquanto está em terra. Isso porque nas unidades fluviais não há internet ou telefone. A comunicação com o meio externo é feita via rádio.
Por meio
do Mais Médicos, Antenor tem a oportunidade de se estabelecer profissionalmente
na sua região, próximo a sua cidade de origem, exemplo concreto de um dos
principais objetivos do Programa: fixar médicos no interior do país e reduzir o
êxodo que leva profissionais de saúde a deixar suas comunidades em busca de
trabalho nos grandes centros urbanos.
O
trabalho é o mesmo, seja na terra ou na água
Ao contrário do que possa parecer, a atuação em UBS fluvial não é muito diferente do que se vivencia nas unidades convencionais. Há um período de permanência na embarcação, que pode durar 10, 15, 20 dias, dependendo do roteiro da viagem, mas as atividades profissionais sãos as mesmas. A cada mês, enquanto está embarcado, o médico cumpre sua jornada diária de oito horas de trabalho, e ao término da viagem, permanece em terra de folga para descansar e exercer suas atividades educacionais. Afinal, a carga horária do curso de especialização não é cumprida dentro da embarcação, mas sim quando o médico está em terra.
Ao contrário do que possa parecer, a atuação em UBS fluvial não é muito diferente do que se vivencia nas unidades convencionais. Há um período de permanência na embarcação, que pode durar 10, 15, 20 dias, dependendo do roteiro da viagem, mas as atividades profissionais sãos as mesmas. A cada mês, enquanto está embarcado, o médico cumpre sua jornada diária de oito horas de trabalho, e ao término da viagem, permanece em terra de folga para descansar e exercer suas atividades educacionais. Afinal, a carga horária do curso de especialização não é cumprida dentro da embarcação, mas sim quando o médico está em terra.
“A
embarcação é preparada para fazer exatamente o que uma UBS convencional faz”,
explica o diretor do Departamento de Atenção Básica, Allan Nuno Alves de Sousa.
O médico recebe apenas treinamento preventivo de segurança a bordo. Fora isso,
afirma o diretor do DAB, o trabalho embarcado é igual ao que se executa em
terra firme.
“Conseguimos
resolver em torno de 80% das necessidades de saúde dessa população. Do ponto de
vista absoluto, são poucas pessoas, se comparado a um grande centro urbano.
Mas, do ponto de vista humanitário, é uma ação extraordinária para as pessoas
que vivem ali”, comenta o diretor.
Veja o
que tem nas Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF):
Atendimentos:
-
vacinação
- consultas médicas
- consultas de enfermagem
- pré-natal
- ações de educação em saúde
- coleta de exames preventivos
- testes de HIV, Sífilis e outros
- consultas de odontologia
- outros procedimentos odontológicos
- procedimentos ambulatoriais (sutura, inalação e outros)
- visitas domiciliares
- fornecimento de medicamentos
- consultas médicas
- consultas de enfermagem
- pré-natal
- ações de educação em saúde
- coleta de exames preventivos
- testes de HIV, Sífilis e outros
- consultas de odontologia
- outros procedimentos odontológicos
- procedimentos ambulatoriais (sutura, inalação e outros)
- visitas domiciliares
- fornecimento de medicamentos
Equipe de
Saúde da Família Fluvial (ESFF)
- médico
- enfermeiro
- auxiliar de enfermagem
- odontólogo
- auxiliar de odontologia
- agente de saúde comunitário
- enfermeiro
- auxiliar de enfermagem
- odontólogo
- auxiliar de odontologia
- agente de saúde comunitário
Estrutura
da UBS fluvial:
-
farmácia
- laboratório
- sala de vacina
- sala de procedimentos
- consultórios
- consultório odontológico
- cozinha
- banheiros
- leitos para a equipe
- laboratório
- sala de vacina
- sala de procedimentos
- consultórios
- consultório odontológico
- cozinha
- banheiros
- leitos para a equipe
Fotos:
Ministério da Saúde e Coordenação de Atenção Básica de Manicoré (AM)