Ex-prefeito NENA tem história emocionante e marcada ao longo de sua vida.
Na década de 70 e 80 estudamos nas Escolas Salesianas: Nena estudou em Belém Colégio Nossa Senhora do Carmo e no Seminário Salesiano de Ananindeua/PA, hoje área Metropolitana de Belém; Eu e o David Gima estudamos no Colégio Dom Bosco e no Centro Vocacional Salesiano em Manaus, em particular estudei e trabalhei no Centro Salesiano Pró-Menor Dom Bosco por cinco anos localizados no Bairro da Alvorada em Manaus.
Nossa formação está alicerçada nos princípios de São João Bosco fundador da Congregação Salesiana. Tivemos ilustres religiosos que muito contribuíram para a nossa formação, foram nossos Pais, amigos, orientadores e nossos professores e mestres. Hoje a maioria destes Padres está velhinhos e muitos já cumpriram a sua missão e acreditamos pelo muito que fizeram que esteja junto de Deus.
Pensando nesta situação tivemos a ideia de programar esta viagem, contar um pouco desta história e reviver estes momentos. Em 1972, padre Ricardo Lorenzon envia para estudar no Centro Vocacional Salesiano da região Norte, localizado na Cidade de Ananindeua/PA com 14 anos de idade, o seu coroinha, Manoel de Oliveira Galdino (NENA). Em 1973 vieram mais quatro jovens/adolescentes: Walter Pinheiro Fernandes, Raimundo Jonas de Lima, Joaquim Evandro de Souza e José Mello, todos tinham um sonho em comum; estudar e se tornarem religiosos, filhos de Dom Bosco.
Em 1974, precisamente no dia 24 de novembro, o Colégio já estava de recesso, os seminaristas de férias aguardavam o retorno para suas cidades. Como era domingo a Diretoria da Escola resolveu oferecer aos jovens um dia de lazer em um Balneário próximo ao Município de Castanhal, porém antes de chegar ao destino aconteceu grave acidente, um Caminhão desgovernado bateu violentamente no veículo que transportava os seminaristas, no Distrito de Apeú/Castanhal BR 316. Todos ficaram gravemente feridos, exceto o jovem Nena, que saiu ileso, mais seus dois melhores amigos, filhos de Manicoré, não tiveram a mesma sorte; WALTER Fernandes e Raimundo JONAS vieram a falecer, uma verdadeira tragédia, dois jovens talentosos e sonhadores, para o jovem Nena um trauma, realidade que nunca conseguiu apagar, nunca se esqueceu do acidente, como também o dia que retornou para Manicoré sem seus dois amigos, o encontro com as famílias.
Nestes dias vamos visitar todos os colégios salesianos da região, os padres da nossa época e os nossos colegas que hoje são religiosos, filhos de Dom Bosco. Hoje visitamos o Colégio DO CARMO, a Linda Igreja que fica dentro do Colégio. Encontramos aqui nosso conselheiro, que nos serviu de guia, Padre João Sucarate. Aqui na Igreja do Carmo encontramos o túmulo do nosso mestre, orientador e educador de várias gerações de manicoreenses, PADRE RICARDO LORENZONI, um gênio, um Italiano que dedicou toda sua juventude a Manicoré, seu coração era manicoreense, isso foi muito forte ficamos emocionados, confira as FOTOS.
Roberval
Lopes
2ª
PARTE:
MANOEL GALDINO - NENA - FICA
EMOCIONADO AO REVER O LOCAL DO ACIDENTE QUE ACONTECEU EM 1974 - NA BR 316 -
BELÉM/BRASÍLIA EM APEÚ DISTRITO DE CASTANHAL/PARÁ.
"Para o carro, para o carro" - foi com
essa expressão firme que Manoel Galdino me mandou parar o carro no acostamento
da BR 316, Rodovia que liga Belém a Brasília, próximo de uma Placa que está
escrito "Apeú" ao ver o carro parado emocionado afirmou: "foi
aqui que aconteceu o acidente, foi aqui que eu vi os Corpos dos Meus Amigos
Jogados por toda essa parte da Estrada, parece que estou vendo é como estivesse
acontecido neste momento, estou com a mesma sensação de 40 anos atrás, estou
todo arrepiado, na realidade nunca esqueci este dia, nós íamos entrar nesta Rua
da Vila de Apeú e logo ali em baixo iríamos tomar banho no Rio que dá nome à
Vila - Rio Apeú, quando o Salesiano Irmão Sérgio Borcela, que dirigia o nosso
veículo fez a curva, um Caminhão carregado de Cervejas atingiu violentamente a
parte lateral do nosso Caminhão, com o violento impacto, todos nós que
estávamos na carroceria do Caminhão, 27 seminaristas fomos lançados e jogados
para fora do carro, quando dei conta de mim vi o poste de luz e a rede elétrica
pegando fogo, pois o nosso caminhão tinha batido em um poste de luz, os meus colegas
e amigos esparramados na Pista pareciam todos sem vida, me levantei e vi que
estava sem ferimentos, comecei a pedir socorro, os carros começaram a parar, as
pessoas me ajudando a socorrer os meus amigos, uns estavam totalmente
desacordados, outros com pernas, braços e cabeças quebradas e outros com
ferimentos graves, era uma gritaria por todos os lados um cenário de guerra e
dor, colocamos todos os feridos nos carros que iam parando, um no sentido
Castanhal e outros no sentido Ananindeua/Belém para serem atendidos nos
hospitais da região, quando me dei conta todos já tinham ido e eu estava só,
pensei agora vou morre era fogo por todo lado peguei o primeiro ônibus que
passou em direção ao Colégio em Ananindeua, para comunicar o acontecido ao
Diretor PE. Alberto Bresciane”... Eu e David ficamos em silêncio escutando este
relato emocionado, olhando para um lado e outro, para onde ele apontava;
"bem ali vi o meu conterrâneo irmão e amigo JONAS LIMA, corri em sua
direção, quando cheguei junto dele percebi que aparentemente não tinha
ferimento estava apenas desmaiado, toquei nele e gritei levanta Jonas você está
bem, ele despertou e pegando-o pelo tronco ajudei a se levantar, então ele
começou a reclamar de enorme dor e eu dizia vamos para o acostamento da pista
você está bem, na realidade ele estava com hemorragia interna e veio a falecer
no Caminho do Hospital e sepultado no Cemitério Municipal de Castanhal. O outro
amigo e conterrâneo, um jovem de inteligência rara, que tinha belíssimo e
admirável Projeto de Vida, WALTER FERNANDES, este estava desacordado e muito
ferido, ajudei a carrega-lo para um veículo sentido Belém, ele ficou em coma na
UTI em Belém por uma semana, passei esta semana acordado sentado ao lado do seu
leito, rezando, pedindo dia
e noite pela sua vida, para ele acordar, infelizmente isso não aconteceu, Walter faleceu, pra mim dois golpes duríssimos, até porque, tinha acabado de receber a notícia do sepultamento de Jonas, os outros dois Manicoreenses: Evandro e José Mello a pesar dos ferimentos estavam se recuperando bem graças a Deus. Neste acidente morreram ainda um colega de Parintins e outro do Alto Rio Negro. O que mais me perturbava eram as cenas terríveis do acidente, era lembrar meus amigos cheios de vida, de esperanças e de sonhos, agora mortos e sepultados em uma terra estranha e distante, pensavam em suas famílias, a comunicação era difícil, naquela época telefone somente na EMBRATE/TELAMAZON - com muita dificuldade, não dava para entender bem o que o outro dizia, ficava imaginando como seria a chegada em Manicoré sem os meus amigos, que trauma, que dor, para falar a verdade tenho carregado estes sentimentos por todos esse tempo, eu precisava vir aqui". Dito isso solicitou gentilmente que fizesse o registro fotográfico e continuamos a viagem com destino a Cidade de Castanhal.
e noite pela sua vida, para ele acordar, infelizmente isso não aconteceu, Walter faleceu, pra mim dois golpes duríssimos, até porque, tinha acabado de receber a notícia do sepultamento de Jonas, os outros dois Manicoreenses: Evandro e José Mello a pesar dos ferimentos estavam se recuperando bem graças a Deus. Neste acidente morreram ainda um colega de Parintins e outro do Alto Rio Negro. O que mais me perturbava eram as cenas terríveis do acidente, era lembrar meus amigos cheios de vida, de esperanças e de sonhos, agora mortos e sepultados em uma terra estranha e distante, pensavam em suas famílias, a comunicação era difícil, naquela época telefone somente na EMBRATE/TELAMAZON - com muita dificuldade, não dava para entender bem o que o outro dizia, ficava imaginando como seria a chegada em Manicoré sem os meus amigos, que trauma, que dor, para falar a verdade tenho carregado estes sentimentos por todos esse tempo, eu precisava vir aqui". Dito isso solicitou gentilmente que fizesse o registro fotográfico e continuamos a viagem com destino a Cidade de Castanhal.
Roberval Lopes